Creo que Fernando Pessoa decía que Alberto Caeiro era el maestro de todos los heterónimos y de él mismo; hoy me apetecía hablar de un poeta y, puestos a elegir, cómo no elegir a Alberto Caeiro. Le dediqué hace muchos años un edificio que proyecté. Pero lo dejo hablar:
"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"
"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois,
E a ti o que te diz?"
"Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de cosas que nunca foram".
"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento,
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti".
No hay comentarios:
Publicar un comentario